Julia Moraes – Estagiária da Assessoria de Comunicação UEMG Passos
A BioUEMG foi criada em 2011, a partir de uma parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), dentro da proposta do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia dos Hymenoptera Parasitoides do Brasil (INCT-HYMPAR). Ela produz, em grande escala, insetos Trichogrammas para o controle biológico de pragas de insetos em lavouras.
Em diversas lavouras são utilizados agrotóxicos com o intuito de exterminar as pragas, ato que interfere negativamente no desenvolvimento das plantações. O projeto visa promover, por meio do uso de insetos Trichogrammas, o desenvolvimento de um controle biológico natural.
Os Trichogrammas são microvespas, parasitoides de ovos, utilizados em todo o mundo no controle biológico de insetos, eles estão entre os inimigos naturais mais estudados e comercializados nos dias atuais. Reestabelecendo o equilíbrio do meio ambiente e produzindo, como resultado final, um alimento limpo e saudável.
“Hoje estas microvespas são amplamente utilizadas em várias culturas, como; algodoeiro, soja, cana-de-açúcar, tomate, milho, citros e abacate, entre outros. Os defensivos agrícolas já são considerados por nós, especialistas e estudiosos, um meio arcaico e ultrapassado de tecnologia que ainda é utilizada em ampla escala, principalmente no Brasil, que atualmente é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo”, afirma biólogo Domicio Pereira da Costa Junior, integrante da equipe da BioUEMG.
O projeto também realiza a conscientização sobre os benefícios do uso do controle biológico natural, muitos produtores ainda desconhecem esta técnica de trabalho. “Tem como finalidade principal disseminar o conhecimento a respeito do controle biológico e ajudar o produtor a aplica-lo na sua produção”, comenta Carlos Dias, estudante de Ciências Biológicas Licenciatura e participante do trabalho realizado pela biofábrica.
Priscila Tamie Fernandes, é estudante do Mestrado Profissional em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente, ela participa da equipe do projeto realizando a divulgação da BioUEMG para os produtores rurais e também realizando o estudo das demandas para serem atendidas pelas pesquisas desenvolvidas pelo projeto.
O produtor José Cláudio Campos Junior é atendido pela biofábrica. A equipe implantou armadilhas para identificar as pragas, após este processo foram liberados semanalmente ovos do Trichogrammas na produção. Após a realização desta etapa, o equilíbrio entre nível de dano e nível de controle obteve sua eficiência econômica, comprovando a viabilidade do uso de controle biológico natural.
“O benefício é evidente, pois não gasta defensivos extras que, na maioria das vezes, são caros. Economiza-se na mão de obra, diminui-se o impacto ambiental, não deixa residual e produz-se melhor mercadoria. O meio ambiente agradece a isenção do impacto”, afirma o produtor.
A coordenadora da BioUEMG, Sônia Lúcia Modesto Zampieron, frisa que o trabalho realizado pela biofábrica é importante não somente para o produtor rural, mas para todos os envolvidos no processo de consumo dos produtos. “Isso pode garantir a saúde do produtor, a saúde da sua cultura e, consequentemente, a saúde dos consumidores dos seus produtos. O controle biológico é um acontecimento natural, os insetos já estão presentes nessas áreas e o que eles fazem é combater outros insetos, indesejáveis para aquela cultura, de uma maneira que obedeça a uma cadeia alimentar”, afirma.
Os produtores rurais interessados em desenvolver o controle biológico desenvolvido pela BioUEMG podem entrar em contato pelo telefone (35) 3522-8849. A biofábrica fica localizada no Bloco 04 da UEMG Unidade Passos, Entrada A: Rua Sabará, 164 – Entrada B: Avenida da Moda s/n.

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